30/07/2007

As legalidades e as insónias

A verdade é que não consegui prestar muita atenção àquilo que a rapariga da companhia de seguros dizia, apesar de se tratar do meu próprio seguro de saúde. Era linguagem demasiado técnica para que eu a conseguisse absorver. Apenas fixei duas coisas: que a linha de atendimento ao segurado responde a todas as questões e onde localizar o seu número de telefone. Deve bastar.

Já ao contrato que assinei a seguir prestei bastante atenção. A directora dos recursos humanos explicava-me o documento cláusula a cláusula, enquanto se certificava de que toda a informação ficava gravada no meu cérebro: tinha uns olhos claros infinitamente fundos cujo olhar penetrante me trespassava as córneas e imprimia a laser, no interior da minha nuca, todas as letras do contrato. Função, local, obra, salário, benefícios, férias. Assinei. Mostrou-me fotografias, respondeu às minhas perguntas, contou-me histórias, pôs-me ansioso.

Ansioso: hoje não consegui dormir bem. Vou-me embora daqui a uma semana - para voltar sabe-se lá quando - e é altura de começar a perder o sono.

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