11/09/2007

Hassi Messaoud - O bom, os maus e o Tinoni

A centenas de quilómetros a norte daqui existe uma pequena cidade chamada Hassi Messaoud, da qual se ouve falar muito. É uma cidade pequena mas muito famosa na Argélia devido à grande extracção de petróleo e gás natural que se faz na sua zona. Há uma grande concentração de empresas europeias e americanas com actividades relacionadas com estes recursos naturais, o que torna Hassi Messaoud uma cidade rica e badalada. São muitos os europeus e os americanos, a cidade é desenvolvida, os aviões saem a horas, os contratos de emprego são aliciantes, a língua forte é o inglês e não o francês, as transacções são milionárias. Contudo, segundo a opinião geral dos argelinos com quem falo, os nativos de Hassi Messaoud são os argelinos com pior feitio. Não sei porquê, mas pelo que já pude ver estou inclinado a concordar. São desconfiados, arrogantes, vigaristas, preguiçosos, mal-humorados, prepotentes, enfim: uma vasta gama de defeitos. Estará essa atitude relacionada com o rebuliço à volta dos recursos naturais da sua terra? Consequência de incompatibilidades culturais? Problemas que surgiram com os estrangeiros? Competição na corrida ao ouro negro? Ou apenas um problema de maus fígados?

Fígados ou não, o facto é que grande parte do gás natural consumido em Portugal vem da Argélia. Por isso, da próxima vez que acenderem um bico de fogão lembrem-se de mim. A não ser que não tenham gás canalizado. Nesse caso, lembrem-se do conselho do Tinoni de não deitar a bilha para aproveitar o restinho de gás que ficou lá no fundo, porque é perigoso: eu estou a avisar.

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